segunda-feira, 22 de maio de 2023

Momentos de paz



O vento esse amainou

O sol vai espreitando

Deixa os seus raios mirando

Aos poucos que por aqui deixou


Os sons esses da natureza

Que por momentos se deixam ouvir

Cerro os meus olhos e vou sentir

Com a sua devida pureza


Um mundo

Um lugar fora do tempo

Dos quais sinto o lamento

E um suspiro profundo


Sentado olhando ao meu redor

A beleza deste tempo

Onde agora me sento

Esperador um dia melhor


Há dias assim

Sossegados

Solarengos

Enfim

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Abraço...


 

Carreguei nos meus ombros imensos sonhos

De uma criança em estrada sem fim

Uns dias foram tristes outros risonhos

Foi assim que cheguei até aqui

Depois parei para pensar

De tantas coisas que fiz

Mas só de me lembrar

Me sinto por dentro feliz

Sinto o vento nesta cara marcada

De tantas e tantas façanhas

Também levei alguma bofetada

De pessoas com muitas manhas

Viajei por terras bonitas

Conheci muita gente

Algumas bem catitas

Outras de ranger o dente

Agora que o tempo está a acabar

Quem sabe se um lar

Ou um abraço bem quente

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Palavras de fúria

 


Nas palavras simples de um coração aberto

Nos murmúrios da noite em sonhos perdidos

Descanso a alma dos santos que andam perto

E penso em todos os meus entes queridos

 

Um prato na mesa com teias de aranha

O estomago vazio da fome que me invade

E este frio gelado que se me entranha

Deixando-me a sonhar com a lealdade

 

Parti e percorri tantas estradas esburacadas

De um país em ciclos de bancarrota

São sempre as mesmas caras

Vamos precisar de mais uma Aljubarrota

 

Filhos primos enteados avós e netos

Fazem parte de um antro de corrupção

Por este caminho vão chegar aos tetranetos

E destroçar este pequeno coração

 

Não sei onde vamos parar

Sem dinheiro sem honra nem professores

Vou deitar-me para poder sarar

Esta ferida e boa noite meus senhores

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

14.02.2023 UM DIA DIFERENTE

 


Nas palavras que o vento leva

Nas auroras tão bem acordadas

Nas chagas que o corpo pega

Nas carícias tão adoradas

 

Nasceu no Norte

Numa manhã de frio

Foi a minha sorte

Navegar no teu rio

 

Agora noutras paragens

Sem rio nem barco

Mas com boas aragens

E pratos com um naco

 

Olhei na madrugada entre a neblina

Com o cheiro desta maresia infinita

Subirei contigo qualquer colina

E juntos iremos cortar a fita

 

Quem diria que escreveria

Estes versos soltos no momento

Porque o amor assim o queria

Nunca serás o meu tormento