quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Do lado de lá da minha janela....


 
Nesta janela onde me revejo
Onde sinto o meu coração
Espero de mão estendida o beijo
Fico com grande palpitação

Seja duro lento e seguro
Nas colinas onde me perco
Lá no fundo da tristeza
Afinal estamos bem perto

La no fundo da tristeza
Fico só mas a pensar nela
Vejo-a partir de segunda a sexta
Tocam os sinos do carrilhão
Que ficam ali mesmo a mão

O frio aperta
Fecha a janela
Coloca o xaile do alento
Cuidado com esse vento

Levas no olhar molhado o teus filhos
Deixas para trás as tuas lembranças
Segues de olhos fechados trilhos
Que na volta vês duas crianças

Abres o coração entre praças
E por momentos lembras-te de mim
Em paragens de outras graças
Sinto o teu sorriso sem fim

Olhos molhados aqui ao meu lado
Em murmúrios perdidos no meu embalar
Chamam pela mãe quase calado
E cai de sono mas a chorar

Do outro lado não feches a porta
A luz acesa o frio que entra
Eis a minha sorte
Ou a minha morte
A cegueira que se junta à canseira
O telefone que não toca
A net que se foi
E a semana que vai a meio