quinta-feira, 19 de maio de 2016

Branco


Uma pedra solta em terra molhada
A brisa que entra deste mar revolto
Espuma branca nas ondas
Um navegar
Pisar sem deixar rasto
Ou lembrança apenas
Seja de mudança ou crença
Ou simples olhar
Afinal o mundo não desaba
Nem o olhar termina aqui
Um dia vou voltar
Descalço por esta praia
De areia fina e sem pedra
Que me possa magoar

Incerteza...


Fugi de mim mesmo
Numa rua sem gente
A luz essa era escassa
E eu dentro desta mordaça
O zunido do vento
Sem vista para o monte
O uivar mesmo de fronte
De pés molhados
Sem camisa
Só eu e a escuridão
Neste vão da incerteza
Do que vamos ter à mesa
No sofrimento
Deste tempo atroz
Que se parte atrás de mim

Sem ter fim
E muito veroz