quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pão e água...



A força que se tem sem o demonstrar
A terra que se pisa sem se pisar
O grito que garganta dá sem se ouvir
O poço que já não tem água vai sucumbir
A dor que me atormenta sem dor
A criança que sorri sem se ver
A marcha que toca sem se ouvir
E tudo a minha roda vai cair

É esta a força que irá ruir
Ou será essa que vai vencer
Se tudo o que sinto me faz sofrer
Nem tudo o que sofro me faz cair

É um povo na sua própria agonia
Sufocado com tanta ironia
Vai sair à rua sem medo de nada
Gritando por uma nova alvorada

Crianças sem escola nem papel
Uma mãe que lhe dê de comer
Mantêm por enquanto o sorriso
Quem sabe para a ver morrer

Foram estes os Homens da desgraça
Que inchados partem para outros horizontes
Abandonando as suas trapaças
E que até nos secaram as fontes

Será guerra ou paz 
Nem eu sei 
Morrerá um simples rapaz 
Pela ordem que lhe dei

Se aos nossos faltar o comer
Todos irão gritar 
A guerra essa é mesmo a valer
Bem podemos caminhar

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