A força que se tem sem o demonstrar
A terra que se pisa sem se pisar
O grito que garganta dá sem se ouvir
O poço que já não tem água vai sucumbir
A dor que me atormenta sem dor
A criança que sorri sem se ver
A marcha que toca sem se ouvir
E tudo a minha roda vai cair
É esta a força que irá ruir
Ou será essa que vai vencer
Se tudo o que sinto me faz sofrer
Nem tudo o que sofro me faz cair
É um povo na sua própria agonia
Sufocado com tanta ironia
Vai sair à rua sem medo de nada
Gritando por uma nova alvorada
Crianças sem escola nem papel
Uma mãe que lhe dê de comer
Mantêm por enquanto o sorriso
Quem sabe para a ver morrer
Foram estes os Homens da desgraça
Que inchados partem para outros horizontes
Abandonando as suas trapaças
E que até nos secaram as fontes
Será guerra ou paz
Nem eu sei
Morrerá um simples rapaz
Pela ordem que lhe dei
Se aos nossos faltar o comer
Todos irão gritar
A guerra essa é mesmo a valer
Bem podemos caminhar
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